tag:blogger.com,1999:blog-334042982023-11-16T07:24:14.424-04:00Mi Ojo ViejoMentiras lindas em palavras lindas, preparadas no calor da hora, temperadas com idéias rápidas para se saborear sem pressa...Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-25897532054733275522010-05-07T09:02:00.003-04:002010-05-07T09:11:24.685-04:00<span style="font-weight:bold;">CONSTRUTIVISMO E DESTRUTIVISMO<span style="font-style:italic;"></span></span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeOVPRqMRWuOT_fNmHTGEwnOkv88GSzo5DxCpqWY1mYeUBN9cZ-QOvJPVxi2PNGuwEGMoZtO3h2Kn6kCSQ_amqWXn7-cPfuQPFvmc-dhyHZnWN4EyeaRJN3NVROOiMER1CUyFl/s1600/cabe%C3%A7a.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 274px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeOVPRqMRWuOT_fNmHTGEwnOkv88GSzo5DxCpqWY1mYeUBN9cZ-QOvJPVxi2PNGuwEGMoZtO3h2Kn6kCSQ_amqWXn7-cPfuQPFvmc-dhyHZnWN4EyeaRJN3NVROOiMER1CUyFl/s400/cabe%C3%A7a.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5468514739933209186" /></a><br /><br />Reproduzo coluna do Claúdio de Moura Castro, da VEJA (até a VEJA tem coisas aproveitáveis às vezes!)de 21 de abril de 2010<br /><br /><br />Claudio de Moura Castro<br />"Construtivismo e destrutivismo<br />´O construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode<br />ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios,<br />vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino.´<br /><br />Minha missão é árdua: quero desvencilhar o construtivismo dos seus discípulos mais exaltados, culpados de transformar uma ideia interessante em seita fundamentalista. O construtivismo busca explicar como as pessoas aprendem. Prega que o processo educativo não é uma sequência de pílulas que os alunos engolem e decoram. É necessário que eles construam em suas mentes os arcabouços mentais que permitem entender o assunto em pauta. Essa visão leva à preocupação legítima de criar os contextos, metáforas, histórias e situações que facilitem aos alunos "construir" seu conhecimento. Infelizmente, o construtivismo borbulha com interpretações variadas, algumas espúrias e grosseiras. Vejo quatro tipos de equívoco.<br />Ilustração Atomica Studio<br /><br /><br />O primeiro engano é pensar que teria o monopólio da verdade - aliás, qual das versões do construtivismo? As hipóteses de Piaget e Vigotsky coexistem com o pensamento criativo de muitos outros educadores e psicólogos. Dividir o mundo entre os iluminados e os infiéis jamais é uma boa ideia.<br /><br />O segundo erro é achar que todo o aprendizado requer os andaimes mentais descritos pelo construtivismo. Sem maiores elaborações intelectuais, aprendemos ortografia, tabuadas e o significado de palavras.<br /><br />O terceiro é aceitar uma teoria científica como verdadeira por conta da palavra de algum guru. Em toda ciência respeitável, as teorias são apenas um ponto de partida, uma explicação possível para algum fenômeno do mundo real. Só passam a ser aceitas quando, ao cabo de observações rigorosas, encontram correspondência com os fatos. Einstein disse que a luz fazia curva. Bela e ambiciosa hipótese! Mas só virou teoria aceita quando um eclipse em Sobral, no Ceará, permitiu observar a curvatura de um facho luminoso. O construtivismo não escapa dessa sina. Ou passa no teste empírico ou vai para o cemitério da ciência - de resto, lotado de teorias lindas.<br /><br />Não obstante, muitos construtivistas acham que a teoria se basta em si. De fato, não a defendem com números. Obviamente, nem tudo se mede com números. Mas, como na educação temos boas medidas do que os alunos aprenderam, não há desculpas para poupar essa teoria da tortura do teste empírico, imposto às demais. Por isso, temos o direito de duvidar do construtivismo, quando fica só na teoria. Mas o que é pior: outros testaram as ideias construtivistas, não encontrando uma correspondência robusta com os fatos. Por exemplo, orientações construtivistas de alfabetizar não obtiveram bons resultados em pesquisas metodologicamente à prova de bala.<br /><br />O quarto erro, de graves consequências, é supor que, como cada um aprende do seu jeito, os materiais de ensino precisam se moldar infinitamente, segundo cada aluno e o seu mundinho. Portanto, o professor deve criar seus materiais, sendo rejeitados os livros e manuais padronizados e que explicam, passo a passo, o que aluno deve fazer.<br /><br />Desde a Revolução Industrial, sabemos que cada tarefa deve ser distribuída a quem a pode fazer melhor. Assim é feito um automóvel e tudo o mais que sai das fábricas. Na educação, também é assim. Os materiais detalhados são amplamente superiores às improvisações de professores sem tempo e sem preparo.<br /><br />De fato, centenas de pesquisas rigorosas mostram as vantagens dos materiais estruturados ou planificados no detalhe. Seus supostos males são pura invencionice de seitas locais. Quem nega essas conclusões precisa mostrar erros metodológicos nas pesquisas. Ou admitir que não acredita em ciência.<br /><br />Aliás, nada há no construtivismo que se oponha a materiais detalhados. Entre os construtivistas americanos, muitos acreditam ser impossível aplicar o método sem manuais passo a passo.<br /><br />Em suma, o construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino."Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-53725559550611066162009-11-04T13:54:00.002-04:002009-11-04T13:56:49.880-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMknlVD6JVAluDQdTWRb_hSbt7CabpgSMnwS5kavEUKwFvFKzxEw0nqDakL3elRa7sA1fBESErsxvDhLi5bz4NH8Ql07NgkIBKCbZhTmDrXXFuhRzDZWm3Xzt8Yyr-CxNyunXT/s1600-h/VilelaPlagio.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 239px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMknlVD6JVAluDQdTWRb_hSbt7CabpgSMnwS5kavEUKwFvFKzxEw0nqDakL3elRa7sA1fBESErsxvDhLi5bz4NH8Ql07NgkIBKCbZhTmDrXXFuhRzDZWm3Xzt8Yyr-CxNyunXT/s400/VilelaPlagio.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5400308893473194722" /></a><br />Reproduzo aqui texto do blog do MNarcelo Leite, da Folha de São Paulo, sobre acusação de plágio em artigo que tem a reitora da USP como um de seus (11) autores:<br /><br />Não consegui encontrar no site da USP a nota da reitora Suely Vilela sobre o caso de plágio de artigo científico em que aparece como co-autora, segundo reportagem (aqui, só para assinantes) de Eduardo Geraque na Folha de hoje. O que li no "outro lado" publicado pelo jornal não chega a ser esclarecedor.<br /><br />Parece provável que a reitora não tenha tido participação direta no suposto plágio. Mas isso quer dizer que não tenha responsabilidade? Não é de hoje que se discute na comunidade acadêmica como é frouxa a noção de autoria em artigos científicos, certamente uma deterioração ética induzida pela pressão por produtividade.<br /><br />A reitora quer distanciar-se de Carolina D. Sant'Ana, a autora da tese de doutorado que virou artigo do periódico Biochemical Pharmacology agora posto em questão. Segundo a Folha, a nota de Vilela afirma: "Minha colaboração com o docente [Andreimar Martins Soares, orientador de Sant'Ana] é na área de isolamento e purificação de toxinas animais, matéria distinta em relação às passagens e imagens questionadas."<br /><br />Fiquei curioso em saber se Vilela vai mencionar em alguma nota que foi orientadora do mestrado defendido por Sant'Ana em 2005, como se pode verificar em seu currículo Lattes. Ali também se podem contar mais de 30 trabalhos da pesquisadora em que Suely Vilela aparece como co-autora, a maioria de 2004 a 2008, quando já era pró-reitora e reitora.<br /><br />Seria interessante se a reitora também esclarecesse qual foi exatamente sua participação no artigo em tela e nas outras dezenas (vários periódicos já exigem dos autores que detalhem quem fez o quê). Se não o fizer, deixará no ar a suspeita que tenha melhorado seus índices de produtividade por meio do que se chama eufemisticamente de "autoria honorária". Uma enganação, incompatível com a ética acadêmica, que proíbe levar crédito pelo trabalho alheio.<br /><br />Escrito por Marcelo Leite às 13h31<br /><br />http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-11-01_2009-11-07.html#2009_11-04_13_31_15-129493890-25Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-66905461907216418462009-10-12T12:52:00.001-04:002009-10-12T12:55:59.997-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcwA59beFr037XJ0AnfKvyglelzPNxWmIZfwS4To_4PbWrX09SEqPqACAGEylam1X8YijrJIXzg0zK4ddcQF-SbPcxW8cJ05uUAgOR4QUe19sZAjtOfulb0se9UG6EQMVrUvkT/s1600-h/reizinho.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 167px; height: 236px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcwA59beFr037XJ0AnfKvyglelzPNxWmIZfwS4To_4PbWrX09SEqPqACAGEylam1X8YijrJIXzg0zK4ddcQF-SbPcxW8cJ05uUAgOR4QUe19sZAjtOfulb0se9UG6EQMVrUvkT/s400/reizinho.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391757947778482594" /></a><br /><br /><br />“Excelentíssimo” é adjetivo valorativo e pronome de tratamento que deve ser utilizado para com os senhores e senhoras que por méritos, reais ou imaginários, ocupam o cargo de reitor de uma universidade. <br />A USP teve divulgada recentemente o nome de seus candidatos ao cargo de reitor e ao direito de receberem tal tratamento, em um total de 8 candidatos que ostentam o título de professor titular: Armando Corbani (pró-reitor de pós-graduação), Francisco Miraglia Instituto de matemática e Estatística), Glaucius Oliva (diretor do Instituto de Física, de São Carlos), João Grandino (diretor da Faculdade de Direito), Ruy Altafim (pró-reitor de cultura e extensão), Sonia Penin diretora da Faculdade de Educação), Sylvio Sawaya (diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e Wandreley Messias (coordenador de comunicação social da USP), segundo a Folha de São Paulo de 11de outubro.<br />Todos com carreiras acadêmicas consolidadas, de diferentes áreas do conhecimento, com experiência administrativa e posições muito semelhantes em relação a autonomia e a avaliação externa da instituição em relação aos mecanismos de mensuração propostos pelo governo federal (ENEM e ENADE).<br />Se a autonomia da universidade é uma bandeira legítima, visando supostamente resguarda-la das intromissões nem sempre positivas de poderes externos, ela não pode ser utilizada para justificar a falta de transparência sobre a gestão e condução de um patrimônio público, categoria na qual se encaixa a Universidade de São Paulo.<br />Que o ENEM não substitua a prova da FUVEST, não só considerado um dos melhores exames vestibulares do país como também uma instituição que tem sido exemplo de profissionalismo, parece mais do que justo. Ainda mais que os perfis de seleção de ambos os exames não são os mesmos, com objetivos de mensuração bem distintos entre eles.<br />No entanto, se no caso do ENEM a USP oferece uma experiência anterior já consolidada e com sucesso em seus objetivos, em relação a avaliação externa a instituição não tem nada comparável ao ENADE para apresentar como sua legitimação, e os argumentos alinhados contra a participação da universidade nesse tipo de exame são grosseiros e tendenciosos, em um arco retórico que vai do corporativismo mais rasteiro ao comodismo puro e simples.<br />Os méritos inegáveis da USP, na sua produção científica e importância acadêmica, não justificam rechaçar sua participação ao exame público, mesmo que o ENADE tenha limitações ou signifique riscos a manutenção da imagem idealizada da instituição.<br />A USP merece, pelo seu nível de excelência acadêmica, a adoção de medidas que garantam uma excelência democrática, talvez por iniciativa também de seus excelentíssimos gestores.<br />Afinal, se recusando a uma avaliação externa que obrigaria a instituição a ser percebida em diferentes dimensões os candidatos querem manter verdadeiro um slogan da Folha de São Paulo, na década de 80: “È possível dizer muitas mentiras falando só a verdade.”<br /><br />Veja o comercial:<br /><br />http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=pY4FCKlQISAWilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-46610515825408390092009-02-14T11:33:00.004-04:002009-02-14T11:48:37.087-04:00NOVO ANO LETIVO...<br /><br />Cada vez que um novo ano começa quem dá aula se pergunta se conseguirá chegar ao final do mesmo sem cometer o pecado do assassinato, a autoflagelação da loucura ou a covardia da indiferença...<br /><br />Recebi certa vez pela internet um desses textos mela-cueca que tanto abomino, mas me fez lembrar algumas situações que se vivenciam em sala de aula. Fiz algumas alterações aqui e ali e deixo abaixo para quem interessar possa:<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiuPha9wiLkBn1j_3KPvMcphhauZAnG2a1GHFY91DsnVDmKR0ih5bfP0xzeKhFv2OnODhNkFGSyeEpclugQ_TLDjpf0IHofl0stpLumtOeAt06axGEVY-vQGWUoxIQPBQYNwWH/s1600-h/leitura.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiuPha9wiLkBn1j_3KPvMcphhauZAnG2a1GHFY91DsnVDmKR0ih5bfP0xzeKhFv2OnODhNkFGSyeEpclugQ_TLDjpf0IHofl0stpLumtOeAt06axGEVY-vQGWUoxIQPBQYNwWH/s400/leitura.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302679483213832946" /></a><br /><br /><br />Aprendi...<br />Que não posso fazer com que alguém queria aprender, mas somente converter-me em alguém que pode ensinar;<br />Que por mais que me preocupe com os outros, muitos deles não se preocuparão comigo;<br />Que a confiança é construída ao longo de anos e que pode ser destruída em segundos;<br />Que não devo me comparar com o melhor que fazem os demais, mas com o melhor que eu posso fazer;<br />Que há coisas que posso fazer que deixam marcas (boas ou más) para toda a vida;<br />Que é preciso praticar para me transformar na pessoa que quero ser;<br />Que é muitíssimo mais fácil resistir do que pensar... e mais satisfatório pensar do que resistir;<br />Que sou responsável por aquilo que faço, qualquer que seja o sentimento que tenho;<br />Que mesmo nos momentos em que tenho razão em me irritar, não terei razão em ser cruel;<br />Que as minhas crenças e os meus valores são alguns entre muitos possíveis;<br />Que somente a cultura não transforma alguém em um ser humano decente. <br />Acho que aprendi bastante... e estou pronto a compartilhar!Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-6731406734058119302009-02-14T10:44:00.003-04:002009-02-14T11:31:29.370-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDp3PK3usSlR45bt9gF2hqJFh_SoffrBDmEFLT7U-fjnQHyRgaXrBjprKMVqPc1HTpZtxbQUhvdnS7odzYtmsZz9Waq7XfPlImx6ohwCr2_wbmS8HFvO-rIUov6_4c-CmsptE/s1600-h/exercicio-verbal.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 393px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDp3PK3usSlR45bt9gF2hqJFh_SoffrBDmEFLT7U-fjnQHyRgaXrBjprKMVqPc1HTpZtxbQUhvdnS7odzYtmsZz9Waq7XfPlImx6ohwCr2_wbmS8HFvO-rIUov6_4c-CmsptE/s400/exercicio-verbal.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302670610369713522" /></a><br />A VOZ DO DONO E O DONO DA VOZ...<br /><br />O Chico Buarque já cantou: "A voz foi infiel, trocando de traquéia / E o dono foi perdendo a voz / E o dono foi perdendo a linha - que tinha / E foi perdendo a luz e além..."<br /><br />É comum professores dizerem que vivem de giz e saliva... as vezes é giz de calcário, de quadro que mesmo verde que é chamado de negro ou de lousa, as vezes é caneta para quadros brancos que parecem tampos de mesas de fórmicas coladas na parede... mas saliva é sempre a mesma - o que muda, no máximo, é a lábia!<br /><br />E algo comum, é professor que perde a voz... que de tanto maltratar sua ferramenta é abandonada por ela ou começa a sofrer por causa dela...<br /><br />Alguns cuidados que quem vive da voz e na sala de aula deve ter:<br /><br />* BEBA SEMPRE ÁGUA, E LEVE UMA GARRAFINHA PARA DAS ALGUNS GOLES DURANTE AS AULAS - um pequeno cantil ou uma garrafinha plástica, com a água em temperatura ambiente, é algo importante de se usar durante as aulas;<br /><br />* NÃO USE A SUA VOZ COMO UM INSTRUMENTO DE COMPETIÇÃO SONORA - evite falar mais alto do que algum barulho na classe ou no exterior, porque cada vez que faz isso força a sua voz, e a utilização de microfone (nem que seja em um aparelho de som portátil, tipo micro system) é sempre uma ferramenta útil em caso de necessidade; <br /><br />* EVITAR BEBIDAS ALCOOLICAS OU SPRAYS PARA A GARGANTA - essas substâncias tem efeito anestésico, com diminuição da sensibilidade, e facilitando que haja abuso da voz; <br /><br />* EVITAR GRITAR E TOSSIR - essas práticas provocam atrito nas cordas vocais o que ocm o tempo pode resultar em lesão;<br /><br />* NÃO FUMAR - além da questão óbvia do exemplo como educador é inegável que a fumaça irrita a mucosa da laringe, acumulando secreções nas cordas vocais, e causando ressecamento;<br /><br />* EVITAR O AR CONDICIONADO - provoca o ressecamento das mucosas, alterando a vibração das cordas vocais, e caso não seja possível ficar sem o ar condicionado, beba água durante todo o tempo que estiver exposto a ele;<br /><br />* EVITAR O CONSUMO DE LEITE, CHOCOLATE E DERIVADOS ANTES DE ATIVIDADE VOCAL MAIS INTEWNSA - tais alimentos aumentam a secreção de muco na boca e laringe; e<br /><br />* PROCURE CONSUMIR ALIMENTOS FIBROSOS - como maçã, que age limpando a boca e a faringe.<br /><br />Logicamente se problemas de voz, como rouquidão ou dor aparecem com frequência algo está errado e deve se procurar um médico ou fonoaudiólogo.Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-85512904583131836522009-01-22T08:26:00.003-04:002009-01-22T09:18:23.357-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK-ZXeYpTUHlqtkJy2z3LTBaoxTGU_nE3v1YnUIqOm5yYsKHxPyY2cm7G9IdRMnpkulK9lxIu44thi_ZfPf4Yi5wNjoIAWmwbUUAOTg_c9SaYd22BobjIvO2lZYlNggQwERVVX/s1600-h/clarice.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK-ZXeYpTUHlqtkJy2z3LTBaoxTGU_nE3v1YnUIqOm5yYsKHxPyY2cm7G9IdRMnpkulK9lxIu44thi_ZfPf4Yi5wNjoIAWmwbUUAOTg_c9SaYd22BobjIvO2lZYlNggQwERVVX/s400/clarice.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5294105970320311106" /></a><br /><br /><span style="font-weight:bold;">A IGNORÃNCIA INSTÂNTANEA</span><br /><br />As qualidades da internet que mais me agradam são a pluralidade de assuntos e a rapidez de acesso a informação - embora os estudiosos garantam que o maior fluxo de informação é dirigido aos sites de pornografia e que a ampliação de bandas e processadores criam um sentimento crescente de defasagem e lentidão...<br /><br />Mas em meio a tantas possibilidades existem alguns pesadelos inevitáveis: a privacidade se reduz (na forma mais simples, qualquer um pode ser "googlado" e ter parte de sua vida exposta em qualquer lugar), o número de spams é sempre crescente (oferecendo viagra, relógios, alargadores de pênis, etc...), os hoax (aqueles boatos de que um livro norte-americano de geografia já incorporou a Amazônia aos EUA, que a MOTOROLA dará um celular de graça para as cem primeiras pessoas que enviarem uma mensagem para tal e-mail, que o filho do presidente foi fotografado fazendo isso ou aquilo, e tantos outros)e outras ameaças diversas... <br /><br />No entanto o que mais me incomoda não são as ofertas de alargador peniano, a ideia de que alguém possa saber coisas de minha vida particular ou histórias fantásticas e mesmo ingênuas que circulam no limite entre o possível e o (in)desejável... o que me mais me incomoda são duas coisas: textos "mela-cueca" e o analfomegabetismo literário.<br /><br />Textos "mela-cueca" são geralment enviados em arquivos de powerpoint com mensagens edificantes e fotos singelas, eventualmente com conteúdos de pseudo-sensualidade ou ambiçoes de auto-ajuda... embora o formato de pombinhas voando e flores se movendo tambem seja recorrente... a quantidade de mensagens desse tipo disponíveis (e o número de pessoas que a apreciam) é um forte indicador da forma como sobrevivem carências coletivas (porque existem duas nobres verdades sobre esse tipo de mensagem: "se você gosta de texto de auto-ajuda, você realmente está precisando de ajuda, mas profissional!" e "você é especial... todo mundo é especial... você é como todo mundo!")<br /><br />Os "mela-cueca" são sintoma de gosto duvidoso e talvez de problemas psiquicos mais ou menos graves... mas o analfaomegabetismo - desconhecimento do começo ao fim - literário é sintoma de ignorância, com pitadas de preguiça e ares de pretensão.<br /><br />Pessoas interessantes e interessadas, com bom nível de escolaridade, p. ex., diversas vezes colocam em mensagens, perfis e outros lugares do mundinho virtual trechos e textos com a autoria totalmente equivocada, penalizando o talento dos prestigiados autores atribuídos pelas limitações dos desconhecidos autores reais, ou pelo menos cometendo a indelicadeza de roubar méritos de quem os possui. Assim, textos "sensíveis", mas de uma pobreza franciscana em termos de criação, estilo, vocabulário, etc. são atribuídos à Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Shakespeare, entre outros seres mitológicos do panteão literário que caem no gosto mais popular. (Os de humor, mesmo chulo e rasteiro, muitas vezes são atribuídos ao Luis Fernando Veríssimo!)<br /><br />Esses equivocos refletem ignorância porque quem os cita na verdade não conhece o suficiente da obra do autor atribuído para perceber o seu próprio equivoco, preguiça porque uma pesquisa um pouco mais detida mostraria o erro de autoria atribuida, pretensão porque o objetivo de invocar esses mitos literários é querer certo pedigree de sensibilidade e cultura.<br /><br />Embora digam que pretensão e água benta não fazem mal a ninguem, ignorância e preguiça causam um mal enorme, mesmo porque se autoreproduzem com grande facilidade.Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-56870591146156350312009-01-17T15:46:00.003-04:002009-01-22T08:26:40.093-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFVxVttkqJT1aYkLL5xRdBp8978BM22gTwPBX9XqdzcDgY5Sgz1-yKtGdSPBcN3kQVPC1nFKhcetsUBTHMcys4qAUzPlF3IccPLiBKqPcst88IgHImIkV_m_iuIKz1lb3H3-N6/s1600-h/Mendigo+Perspicaz.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 328px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFVxVttkqJT1aYkLL5xRdBp8978BM22gTwPBX9XqdzcDgY5Sgz1-yKtGdSPBcN3kQVPC1nFKhcetsUBTHMcys4qAUzPlF3IccPLiBKqPcst88IgHImIkV_m_iuIKz1lb3H3-N6/s400/Mendigo+Perspicaz.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292366385688940066" /></a><br /><br /><span style="font-weight:bold;">PÓS-GRADUAÇÃO MENDINCANTE<span style="font-style:italic;"><span style="font-style:italic;"></span></span></span>.<br /><br /><br />A NOTÍCIA.<br /><br />O senador João Tenório (PSDB-AL) criou projeto de lei que propõe a criação de um crédito educativo para bolsas de pós-graduação (mestrado e doutorado). A medida substituiria em parte o atual sistema de bolsas de estudos concedidas a alunos de mestrado e doutorado.<br />O Senadorlembra que são aplicados recursos públicos para a manutenção de vagas gratuitas e para a concessão de bolsas a fundo perdido para estudantes que muitas vezes delas não precisam, e diz que, em muitos casos, esses estudantes deixam o país após a conclusão do curso ou põem seu trabalho a serviço da iniciativa privada, sem retorno direto para a sociedade.<br />O parlamentar considera imprescindível, porém, que haja políticas de investimento na formação científica e no aperfeiçoamento do pessoal de nível superior, em prol do "desenvolvimento tecnológico", do "crescimento da produtividade", e da "soberania nacional".<br />Segundo o texto proposto por João Tenório, o financiamento poderá ser usado por alunos classificados em cursos de mestrado ou doutorado credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes), em instituições públicas ou privadas.<br />O crédito será concedido por até três anos para mestrado e quatro anos para doutorado e o valor deve corresponder a, no máximo, dois terços da anuidade média cobrada por instituições privadas do Brasil.<br /><br />EXPLICANDO A NOTÍCIA.<br /><br />O que parece: <br /><br />Senador preocupado com os grandes dilemas da educação brasileira, dessa vez no ensino de pós-graduação, proõe que o governo financie mestrado e doutorado nos mesmos moldes do crédito educativo, em nome dos mais altos valores cívicos e democráticos.<br /><br />O que é:<br /><br />A tentativa de se criar mais uma fonte de recursos para empresas privadas de ensino superior após as medidas governamentais que permitiram o crescimento quantitativo de cursos nessas instituições de forma totalmente irresponsável no governo FHC (o que, por outro lado, criou uma competição violenta entre as empresas do ramo e uma crescente diminuição de receitas, em um processo de destruição mútua), e levaram ao surgimento de programas de financimaneto pelo governo LULA de alunos nessas instituições (ampliando o número de vagas no ensino superior através da generosa injeção de recursos públicos em empresas privadas de educação).<br />A pós-graduação só tem sentido, para o bem do país, quando garantidas as condições de excelência no ensino e na pesquisa, o que tem sido praticamente monopólio de instituições públicas... e mesmo as privadas que obtiveram grau de excelência contam com o apoio de bolsas de pesquisa de agências de fomento.<br /><br />Portanto, não é necessário uma nova "esmola" para garantir a manutenção da excelência da pós-graduação, sendo suficiente a ampliação do número de bolsas (disputadas por individuos selecionados a partir de critérios acadêmicos e não sociais) e o fortalecimento dos cursos de graduação para que ofereçam concluintes habilitados para o desafio da pós-graduação. <br /><br />Parece que governos e governantes acreditam que é melhor que seus cidadãos deles dependam e que esses precisam muito mais de doações doque de incentivos, mais de ajuda do que de oportunidades e mais de facilidades do que de dignidade, e assim busca-se "dar esmolas" como uma solução mágica em tempos de populismos e demaggogias diversas. <br />Mas como disse o Rei do Baião: "Uma esmola, para um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão..."Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-18793821093323421452009-01-11T15:00:00.001-04:002009-01-11T15:03:11.208-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghdIHIE8AdMy8ZWoit1L00O5TCQdciPW_uJmA0-zHg6TwAKZjQW7U7tllSJHXiCuF3vDKUvsakQJ5rLOz2Y_wcwz6YyhreRtJbl2r9G6IdHYyI7R8kpryUJ6OrAVe6VgR70Owc/s1600-h/escola.jpeg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 266px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghdIHIE8AdMy8ZWoit1L00O5TCQdciPW_uJmA0-zHg6TwAKZjQW7U7tllSJHXiCuF3vDKUvsakQJ5rLOz2Y_wcwz6YyhreRtJbl2r9G6IdHYyI7R8kpryUJ6OrAVe6VgR70Owc/s400/escola.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290113408625979426" border="0" /></a>
<br />
<br /><span style="font-weight: bold;">O RANCA-DEDO!!!</span>
<br />
<br />
<br /><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CWilton%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C03%5Cclip_filelist.xml"><o:smarttagtype namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" name="PersonName"></o:smarttagtype><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Essa semana os jornais noticiavam o caso de um professor carioca que em atrito com uma aluna de 10 anos, da rede pública, que resolveu sair da sala sem sua autorização fechou a porta e decepou metade de uma das falanges de um dedo da menina. O ano de2009 nem iniciou o período letivo e já começa com o surgimento do professor “ranca-dedo”...</p> <p class="MsoNormal">No último ano, só puxando pela memória, sem dar um Google ou consultar qualquer publicação, <span style=""> </span>me recordo de alguns casos em que professores foram agentes de violência contra alunos.</p> <p class="MsoNormal">No interior de São Paulo, professora já tarimbada, naquela idade em que a desilusão, a revolta e a tristeza se misturam com a didática, o conteúdo e a lista de chamadas, desrespeitada seguidas vezes em sala de aula por uma aluna, quando sai da escola e jvê aluna em uma calçada, joga carro sobre a adolescente, em uma versão didático-neurótica do GTA (jogo de vídeo game em que o jogador pilota um carro e ganha pontos por atropelamentos e mortes provocadas por ele!).</p> <p class="MsoNormal"><st1:personname productid="Em São José" st="on">Em São José</st1:personname> dos Campos, cidade onde está localizado o ITA, professor troca insultos com aluno de 11 anos e o agride com um soco no nariz.</p> <p class="MsoNormal">Bem, e a revanche? Pelas leis da física uma ação produz uma reação...</p> <p class="MsoNormal">Segundo dados oficiais, um professor é agredido por dia em alguma escola pública no país.</p> <p class="MsoNormal">APEOESP aponta que 25% das agressões (como ameaças, tapas e xingamentos) contra professores são cometidos pelos pais dos alunos.</p> <p class="MsoNormal">No Distrito Federal professor é agredido por ex-aluno, que um ano antes, com 20 anos de idade, havia sido expulso da escola (onde cursava o ensino fundamental!).</p> <p class="MsoNormal">Alunos colam professora com Superbonder na carteira.</p> <p class="MsoNormal">Familiares de aluno invadem escola e agridem professor e funcionários.</p> <p class="MsoNormal">Professor é morto por traficantes na saída da escola.</p> <p class="MsoNormal">Alunos começam briga entre grupos rivais e destroem escola.</p> <p class="MsoNormal">FUVEST tem enorme queda na procura por cursos que formam professores...</p> <p class="MsoNormal">MEC quer formar milhares de professores e estimula cursos à distância.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Escolha qual a lição moral dessas histórias: </p> <p class="MsoNormal">a) cuidado, escola!</p> <p class="MsoNormal">b) quem sabe, apanha, quem não sabe, bate (ou quem sabe, bate, quem não sabe, apanha).</p> <p class="MsoNormal">c) água mole, em pedra dura, tanto bate, que a pedra confessa.</p> <p class="MsoNormal">d) escola igual à casa, aula de pau.</p> <p class="MsoNormal">e) mais vale sair na mão do que dar educação. </p>
<br />
<br />Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-52710795838356743782007-11-08T17:19:00.000-04:002007-11-08T17:24:29.380-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4O32ybqpGZa9u-21zFUyxO_1DKaOqWcHu8av6kkN05Tdgt5DwYJ8ycj0yawkbUCm8VY3NS19hK-81fdHX4Wy4E20y6Dyt4CppFLY09Pc4xFPbMFzO0TPzbu7O6x9vlgeoNxtU/s1600-h/cartaz+livro.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4O32ybqpGZa9u-21zFUyxO_1DKaOqWcHu8av6kkN05Tdgt5DwYJ8ycj0yawkbUCm8VY3NS19hK-81fdHX4Wy4E20y6Dyt4CppFLY09Pc4xFPbMFzO0TPzbu7O6x9vlgeoNxtU/s400/cartaz+livro.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130583039492763330" border="0" /></a><br />Universidade hoje: os centros de excelência e a periferia.<br /><br /> <p class="MsoNormal">Existem dois níveis de diferenças entre as diversas instituições de ensino superior de caráter público no País hoje, as de capital humano e as de estrutura institucional. </p> <p class="MsoNormal">Em termos de estrutura institucional, não se pode deixar de reconhecer que em relação à Universidade no Brasil existe uma discussão já longa sobre o projeto possível de ensino superior no País, e dentro disso, o papel do ensino público... aqui não é o lugar pra alongar essa discussão, mas em linhas gerais está se implantando um crescimento de campi e vagas com uma clara diferenciação das instituições na qual a imensa maioria teria uma função mais profissionalizante (no caso das c. humanas, vinculadas aos cursos de licenciatura) e certos “centros de excelência” manteriam a tradição de pesquisa. </p> <p class="MsoNormal">Logicamente como a imensa maioria dos professores tem doutorado (e os novos a serem incorporados tbém terão, pq o número de doutores em busca de emprego é enorme), e estão todos inseridos em um ciclo de formação atrelado ao Lattes, a produção intelectual-acadêmica continua existindo nos dois tipos de instituições, embora com volume e impacto bastante desiguais. (Inevitável constatar que na maioria das vezes uma instituição já consolidada tem grandes vantagens em termos de estrutura física – imagine o custo e a viabilidade de se reproduzir uma biblio como a do IFCH e um acervo como o do AEL, da UNICAMP, p. ex.!)</p> <p class="MsoNormal">Em termos de capital humano os fatores têm um nível de complexidade maior. As grandes instituições pela sua tradição, estrutura e poder acabam se mostrando não só muito atrativas para os docentes – pelo que representam como capital simbólico, oportunidades, estruturas físicas e material humano (grupos de pesquisa, institucionalização das práticas, visibilidade da produção, discentes com melhor formação e preparo, etc.) – como também para os discentes – quase pelos mesmos motivos. </p> <p class="MsoNormal">Felizmente o trabalho intelectual embora tenha uma dimensão social/coletiva (no sentido de que o pertencimento a tal instituição ou grupo pode favorecer sua produção) também tem outra extremamente individual (no sentido de que é possível e na maioria das vezes o pesquisador produz lendo e escrevendo de maneira solitária, recorrendo aos pares mais para uma legitimação e/ou trocas eventuais). Isso significa que se uma grande instituição oferece condições ela por si só não é garantia de que alguém produzirá algo digno de nota, mas também que estar em uma instituição “pequena” ou “periférica” não significa um impedimento para se produzir algo interessante. </p> <p class="MsoNormal">Logicamente, “a realidade da Unicamp (e poderia se dizer da USP, da UFRJ, etc.) é muito diferente daquela das federais do Nordeste (ou de outras instituições que possam ser colocadas como ´pequenas`ou ´periféricas´)” por dois básicos: as razões estruturais já citadas e o capital humano que acumularam e que são capazes de continuar a acumular (novos docentes e discentes com melhores formações). </p> <p class="MsoNormal">O destaque que alunos de instituições ´pequenas`ou ´periféricas´ podem obter em um “centro de excelência” decorre do fato de que esses alunos já foram previamente selecionados e se estão nesses programas de pós e centros de pesquisa – vindo de onde vieram – é porque são tão bons ou melhores do que os “nativos”, dominam os mesmos referenciais do campo intelectual – com o crescente número de programas de pós-graduação, de congressos e de recursos de telemática isso se torna cada vez mais fácil – e são dotados de referenciais simbólicos e expectativas semelhantes. </p> <p class="MsoNormal">Fatores como a institucionalização da pesquisa e o acesso a verbas, derivada da maior agilidade nas relações com os órgãos de fomento internos e externos e da solidez quantitativa e qualitativa do programa de pós-graduação, não só criam condições favoráveis como também atraem aqueles interessados em compartilhar de tais condições (na forma de aprendizagem ou de docência).</p> <p class="MsoNormal">No entanto, se o sistema trata de forma estanque e hierarquiza tais diferenças, ele também oferece espaços de permeabilidade que tornam possíveis as trocas entre suas partes (através dos eventos, das possibilidades de pós-docs e assemelhados, dos grupos de pesquisa<span style=""> </span>que envolvem diferentes instituições, etc. etc. etc.). De qualquer modo, na minha opinião, não se pode nem imaginar que a origem é determinante e o destino é inevitável em qualquer situação desse tipo, e nem que as diferenças não existam. </p>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-79687912040871554262007-11-03T12:06:00.000-04:002007-11-17T21:05:14.747-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Rtdo2wwvqjAjbE1I_hftt0J1oj-bbyBT11mlLBKJxXjxk4Q_wXk-s1qixx-nNoGP1z52ni1kWJ6fbgcO1MJVn4F0WoTXi5T8nbTGUB3MuVFGmSPi0yv25w4Vmz2FkAFKZ9gB/s1600-h/reizinho.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Rtdo2wwvqjAjbE1I_hftt0J1oj-bbyBT11mlLBKJxXjxk4Q_wXk-s1qixx-nNoGP1z52ni1kWJ6fbgcO1MJVn4F0WoTXi5T8nbTGUB3MuVFGmSPi0yv25w4Vmz2FkAFKZ9gB/s400/reizinho.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5128648687394054962" border="0" /></a><br />ANPOCS 2007.<br /><br />E eu, moço humilde e raso, que acho teatro um tédio, fui convidado a participar de uma montagem, dentro de um casa de espelhos (com todas as multiplicidades e distorções características) de uma versão bufa de "Os Reis Taumaturgos" do Marc Bloch - foi dor sem fim... Os reis e seus séquitos trocavam palavras, risos e olhares que pareciam querer produzir "o congraçamento de feras usualmente hostis entre si, a incomum transparência dos rios, e a emanação sobrenatural de fragrâncias por árvores e plantas", "a alegria dos Upanishads" e "os jubilosos peãs de toda a milícia celeste"... risos... e prá assitir tudo isso, a bebida não era boa o suficiente e os amigos eram bons, mas muito poucos!<br /><br />O maior e mais importante evento de Ciências Sociais no Brasil não poderia deixar de ter o que há de mel e de fel na área...<br /><br />Do mel: o evento é um retrato vivo e completo do estado da arte ao mesmo tempo em que se converte em uma vitirne importante para mostrar o que se produz e travar contato (para possíveis trocas futuras) com quem produz... e pelo número de vezes em que foi organizado e que acontece no mesmo local é algo muito bem organizado em termos de estrutura física e humana (embora o inchaço crie oscilações significativas entre as instalações dos ST's).<br /><br />Do fel: o mundo acadêmico intelectual, como muitos outros campos, é extremamente auto-referenciado e dono de um nível de vaidade e arrogância assustadores... pensadores e autores querem ser reconhecidos, terem valorizadas suas contribuições, influenciarem os neófitos e se legitimarem frente aos outros pensadores e autores... no entanto, essa prerrogativa - que alguns anos atrás era resultado de uma vida dedicada à pesquisa - hoje é reivindicada por quem é e por quem nunca sera "bibliografia", dentro de um certo produtivismo característico da "Geração Lattes" (base de dados do CNPQ que agrupa curriculos acadêmicos, permitindo crescentes comparações quantitativas) e que, no evento, produziu o maior desfile de pessoas jurídicas, alpinistas acadêmicos e outras aves de mesma plumagem (envolvidos em um complexo ritual de reconhecimento e confraternização com lances de fofocas suburbanas, poses estudadas e frases feitas e vazias) que eu já presenciei - tto em quantidade como em intensidade.<br /><br />Ao teatro desses rituais soma-se as rivalidades e confrarias - porque mesmo que o nível de vaidade per capita seja enorme como em muitos outros lugares e eventos (afinal quem tem certa disciplina e intelecto, se não tem esse tipo de vaidade pode ser Fiscal de Renda da Receita Federal!) a própria estrutura da área com suas divisões de área entre Ciência Política, Sociologia e Antropologia (além das sub-áreas internas) maximizam os estranhamentose as disputas - no qual a junção de tantas estrelas, cometas, asteróides e poeira cósmica em um espaço tão reduzido é uma temeridade.<br /><br />No entanto me parece interessante assinalar duas distorções que a "Geração Lattes" vem produzindo, decorrentes do mesmo processo de pressão em prol de uma produção quantitativamente expressiva.<br /><br />A primeira é a multiplicação de artigos e "papers" que mantém a mesma estrutura ou conjunto de idéias, com pequenas alterações, mas que se repetem continuamente em publicações e congressos - em um jantar uma jovem pesquisadora me disse que a publicação de dois artigos por ano sobre seu objeto de estudo seria uma produção muito pequena e eu lhe perguntei, mezzo malícia, mezzo espanto, quanto de leitura e reflexão consumiria um artigo realmente original uma vez que a produção sistemática de artigos poderia se converter em um entreglosar e autoglosar infinitos, e fiquei sem sua resposta mas recebi um olhar mezzo desprezo, mezzo irritação.<br /><br />A segunda se refere a uma mudança na forma de trocas intelectuais no interior do campo acadêmico - como o volume de produção e de eventos cresceu muito, dando oportunidade a um número maior de jovens pesquisadores de exporem o que produzem e criando uma fragmentação crescente de interesses e possibilidades, está ocorrendo uma rarefação dos conteúdos e a volta da predominânica da oralidade sobre a leitura - ouvir fulano está substituindo o ler fulano, ouvir falar está também substituindo o ler sobre, e por ai vai... em um mar de informação incomensurável são minimizadas as sutilezas e riquezas conceituais e analíticas que se expressam no texto escrito e impedem uma troca mais efetiva entre pessoas de grupos e instituições sem vínculos endogênicos ou de comensalismo acadêmico. Logicamente também não se deve esquecer que o predomínio da oralidade aumenta exponencialmente algumas manifestações das patologias acadêmicas clássicas: "deixa que eu chuto"; "eu tenho o que falar"; "os como nós que são o máximo", "os como eles que são equivocados, mediocres, ignorantes, patéticos, etc.", entre outras...<br /><br />Enfim, novas situações podem repetir velhos vícios...Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-77838271535404368622007-09-11T21:31:00.000-04:002007-09-11T21:36:54.809-04:00Momento literário... toda vez que acho algo escrito de que gosto sou invadido por um sentimento de gratidão pelo autor me permitir compartilhar com ele aquele conjunto de sentimentos e pensamentos, ao mesmo tempo em que me pergunto como ele (o autor) foi capaz de traduzir tão bem algo que, para mim, se perderia na palavras... que os deuses me permitam sentir isso sempre e mais!<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi98amuPp9EoAZRfovA5L7ABUlpWu6w9I7qUNenZDcaVpD7hIyeWLISnTaVRMHwiOS4RzW9qaIrSGucb-yNUi4xDY9EsnDbbzNyX8qtp-hGJiqw98gt5tlboUbbs2fkW8sKNrIA/s1600-h/about+love.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi98amuPp9EoAZRfovA5L7ABUlpWu6w9I7qUNenZDcaVpD7hIyeWLISnTaVRMHwiOS4RzW9qaIrSGucb-yNUi4xDY9EsnDbbzNyX8qtp-hGJiqw98gt5tlboUbbs2fkW8sKNrIA/s400/about+love.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5109125310598495442" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-family:Arial, Helvetica;">"Amigo é quem, conhecido ou não, vivo ou morto, nos faz pensar, agir ou se <br />comportar no melhor de nós mesmos. É quem potencializa esse material. Não <br />digo que laboremos sempre no pior de nós mesmos (algumas pessoas, sim) mas <br />nem sempre podemos ser integrais para operar no melhor de nós. Há que contar <br />com algum elemento propiciador, uma afinidade, empatia, amor, um pouco de <br />tudo isso. E sempre que agimos no melhor de nós mesmos, melhoramos, é a mais <br />terapêutica das atitudes, a mais catártica e a mais recompensadora. Esta é a <br />verdadeira amizade, a que transcende os encontros, os conhecimentos, o <br />passado em comum, aventuras da juventude vividas junto. Um escritor ou <br />compositor morto há mais de cem anos pode ser o seu maior amigo. <br />Esse conceito de amizade, transcende aquele outro mais comum: a de que amigo <br />é alguém com quem temos afinidade, alguma forma de amor não sexual, alguém <br />com quem podemos contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou <br />desconsolo. Claro que isso é também amizade, mas o sentido profundo desse <br />sentimento desafiador chamado amizade é proveniente de pessoas, conhecidas <br />ou não, distantes ou próximas, que nos levam ao melhor de nós. E o que é o <br />melhor de nós? É algo que todos temos, em estado latente ou patente, <br />desenvolvido ou atrofiado. Mas temos. E certas pessoas conseguem o milagre <br />de potencializar esse melhor. Sentimo-nos, então, fundamente gratos e de <br />certa maneira orgulhosos (no bom sentido da palavra) por poder exercitar o <br />que temos de melhor. Este melhor de nós contém sentimentos, palavras, <br />talentos guardados, bondades exercidas ou não. <br />Amar, ao contrário do que se pensa, não perturba a visão que se tem do <br />outro. Ao contrário, aguça-a, aprofunda-a, aprimora-a. Faz-nos ver melhor. <br />Também assim é a amizade, forma de especial de amor, capaz de ampliar a <br />lucidez e os modos generosos e compreensivos de ver, sentir, perceber o <br />outro e sobretudo -se possível- potencializar os seus melhores ângulos e <br />sentimentos. <br />Somos todos seres carentes de ser vistos e considerados pelo melhor de nós. <br />A trivialidade, a superficialidade, as disputas inconscientes, a inveja, a <br />onipotência, a doença da auto-referência faz a maioria das pessoas <br />transformar-se em vítimas do próprio olhar restritivo. E o olhar restritivo <br />é sempre fruto da projeção que fazem (fazemos) nos demais, de problemas e <br />partes que são nossas e não queremos ver. E quantas vezes isso acontece <br />entre pessoas que se dizem amigas. Essas pessoas (que se dizem amigas), <br />ignoram certas descobertas do velho Dr. Freud e através de chistes passam o <br />tempo a gozar o “amigo”, alardeando intimidade (onde às vezes há inveja) <br />como prova de amizade. O que não é. Mesmo quando é... <br />Se se quiser medir o tamanho de uma amizade, meça-se a capacidade de <br />perceber, sentir e potencializar o melhor do outro, porque somente essa <br />atitude fará dele uma pessoa cada vez melhor e por isso merecedora da <br />amizade que se lhe dedica." (Artur da Távola, Quem é amigo?) <br /></span>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-81786177531550954242007-08-03T10:35:00.001-04:002007-08-03T10:44:27.325-04:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3zcIShTCc28HbH4bGZTmVK2dULFoqMlx63cCcR7gZYfuKCdak_TjAcSLTNIk44ao834YXyVS9itfyCO80vkY3RoS1JKaNYm6Nz8OmyCH1E7kNQ3KKb0yWY2_7hp7JFF-xIr84/s1600-h/informa%C3%A7%C3%B5es.gif"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3zcIShTCc28HbH4bGZTmVK2dULFoqMlx63cCcR7gZYfuKCdak_TjAcSLTNIk44ao834YXyVS9itfyCO80vkY3RoS1JKaNYm6Nz8OmyCH1E7kNQ3KKb0yWY2_7hp7JFF-xIr84/s400/informa%C3%A7%C3%B5es.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094484307228451106" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal">A medida de todas as coisas...</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Eu sou professor. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Queria se gigolô, mas engordei demais e ficou difícil! </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">No meu cartão de visitas coloquei a definição que aquele moço que luta judô, o Aurélio Miguel, colocou no seu dicionário: “(s.m.) aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina”... a única parte que é sempre verdade é esse tal de “s.m.”, só não sei direito se significa “sado-masoquista” ou “sujeito maluco”, mas em qualquer caso é verdade!</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Ser professor não é complicado, mas “professar” e “ensinar” é dureza... às vezes se parece com a vontade de querer que porco use sapato ou vaca toque piano! </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">E não importa em qual nível de ensino, o professor sempre ocupa e aquela posição a qual gente que diz que existe neurose, psicose e outros tipos de micoses chamam de posição paterna no Complexo de Édipo do aluno – e isso só porque o tio / professor / mestre se torna objeto de rancor / ódio / desprezo e nem tá comendo a mãe de quem quer que seja!!! – ao mesmo tempo em que descobre duas terríveis verdades: todo aluno é criança, e “criança é como pum... só quem faz suporta!” </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">A parte da “ciência”, “arte”, “técnica” e “disciplina” então é aquilo que os chineses narravam no Mito de Si-Sifú: “si vc escolheu tentar isso, você si fudeu!” Com o tempo, a ciência é só aquilo que o professor acha que sabe e que vale muito mais pra ele do que pros alunos, a grande a arte é não matar de tédio e não morrer de tédio, a técnica é fingir acreditar que ensina, que os alunos aprendem algo e que o que se recebe é salário! E a disciplina? Bem, desde que ninguém saia pro corredor ou pátio e não façam publicamente coisas que assustariam os animais e despertariam a curiosidade dos passantes, isso é como as almas de outro mundo do Padre Quevedo: “nom exsiste”!</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Mas se cada um tem sua cruz, a Via Crucis pode ser bem diferente... dar aulas é suportar um que dorme, outro que observa gnomos pela janela, aquele que é SEDEX 10 (a aula começa às sete e meia, mas ele se contenta em chegar antes das dez), uma que queria fazer cabelereira, pedicure e manicure no SENAC mas entrou na sua sala por engano (fica arrancando ponta de fio de cabelo, lixando a unha ou fazendo trança na amiga), outra que deve colocar anúncio oferecendo alguma coisa em classificado de jornal todo dia da semana (o celular toca o tempo todo, ela levanta, atende e sai, nem sempre nessa ordem) e aquela que não precisa daquilo pois deve ser milionária (ri o tempo todo e só rico ri à toa!), entre alguns e algumas que realmente querem aprender...</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Logicamente existem vantagens. Ao contrário de médicos, juízes e fiscais da receita, que tem que conviver com gente agonizando, bandidos e facínoras, e ricos sonegadores (embora recebam ganhos diversas vezes maiores do que um professor de qualquer nível de ensino para isso), a docência permite o convívio com pessoas que normalmente estão no auge de sua beleza, saúde e alegria (embora em alguns lugares os alunos, como a média do brasileiro, não são bonitos, nem saudáveis e muito menos alegres!) e que expressam esse apogeu de maneira afetuosa (recentes acontecimentos nos quais alguns alunos queimaram o carro de uma diretora, outros colaram uma professora em uma cadeira em sala de aula, ou ainda, uma aluna incendiou o cabelo de uma professora, fatos que ganharam a mídia em um mesmo mês <st1:personname productid="em São Paulo" st="on">em São Paulo</st1:personname>, são exceções – embora muitos achem que caminham para fazem parte da regra!).</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">O importante é que o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">P.S. 1: Na rede pública de ensino <st1:personname productid="em São Paulo" st="on">em São Paulo</st1:personname> existe um termo para classificar professores que por diversas razões são afastados<span style=""> </span>das salas de aula, “re-adaptados”... uma pergunta interessante: de que forma a quantidade de professores está aumentando nos últimos anos?</p> <p class="MsoNormal">P.S. 2: Em artigo na Folha de São Paulo do dia 29 de julho o articulista Gilberto Dimenstein informou que a Livraria Cultura chega a pagar R$ 4.500,00 de salário (além de oferecer benefícios como o vale-refeição, convênio hospitalar e desconto na compra de livros) para um vendedor – o professor do ensino médio na rede pública de ensino tem vencimentos de cerca de 30% desse valor (e sem os mesmos benefícios). Porque será que especialistas estão prevendo a diminuição do interesse de universitários em fazerem cursos de licenciatura ao mesmo tempo em que ocorre uma proletarização do professorado?</p>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-9793596276514791012007-07-28T10:21:00.000-04:002007-07-28T10:26:21.303-04:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7CqH-B5foHo56gpivadiRmuyoJ1YlmLNgS8MrI6Co9PE5xC4cac4k0NzSbI-VFt-NURxVaGaF_Shjq66Pdx79FMlErE4ozZP9tY9cty2sZPmrRifW9FHLcBChO948ZPDOe8d7/s1600-h/consumismo2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5092253913531769106" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7CqH-B5foHo56gpivadiRmuyoJ1YlmLNgS8MrI6Co9PE5xC4cac4k0NzSbI-VFt-NURxVaGaF_Shjq66Pdx79FMlErE4ozZP9tY9cty2sZPmrRifW9FHLcBChO948ZPDOe8d7/s320/consumismo2.bmp" border="0" /></a><br />Trabalho e ciência.<br /><br />Há uma piada antiga que narra o encontro entre um motorista que se perdeu em estradas vicinais de Minas Gerais e um daqueles mineirinhos, que ao mesmo tempo são simplórios, matuto e matreiros... o motorista para o carro ao lado do mineirinho que está sentado na beira da estrada e pergunta: Por favor, moço, se eu continuar andando reto nessa estrada, eu vou chegar aonde? O mineirinho, olhando para baixo, com voz baixa, responde: “O senhor me desculpa, mais eu num sei!” O motorista então pergunta: “E se em vez de seguir reto, eu virar para a direita?” O mineirinho, do mesmo jeito: “O senhor vai tê que me adesculpá, mais também num sei!” O motorista tenta mais uma vez: “E se eu virar à esquerda?” O mineirinho: “Óia, num é má-vontade... é qu´eu também num sei!” O motorista: “Nossa! O senhor não sabe nada!” O mineirinho, olha para o motorista e diz: “Num sei, mas num tô perdido!”<br /><br />A relação entre ensino e pesquisa, ou entre trabalho e ciência, parece muitas vezes reproduzir essa situação...<br /><br />O contraste entre os perfís das universidades públicas e privadas são muitas vezes justificados pela relação que esses dois tipos de instituições de ensino tem com o mercado de trabalho. Em geral, a instituição pública de ensino superior, na maioria de seus cursos, prioriza como atividade fim a pesquisa – mesmo porque os critérios de mérito na seleção e formação de seu corpo docente esta ligado diretamente às atividades dessa natureza... e as instituições particulares de ensino superior, diretamente pressionadas pela questão da viabilização econômica e da busca do lucro de seus cursos, buscam garantir um nível de empregabilidade para seus alunos que torne minimamente atrativo o investimento financeiro e humano que é o pagamento da formação escolar-profissional, sendo que boa parte do corpo docente dessas instituições está ligado às práticas do mercado de trabalho...<br /><br />A própria gestão pública da educação entende essas diferenças como algo natural, e distingue as instituições de ensino e seus cursos em faculdades, centro universitários e universidades, assim como faculdades tecnológicas, a partir de aspectos particulares, físicos e institucionais, de acordo com expectativas distintas.<br /><br />As escolhas de gestão refletem, como no caso do “cobertor de pobre”, o dilema entre cobrir os pés ou a cabeça, ou seja, satisfazer certas necessidades e expectativas ao mesmo tempo em que se descartam outras possibilidades.<br /><br />Se o Estado não buscar incrementar cursos superiores voltados a profissionalização, deixa uma significativa parcela da população sem condições de desenvolverem sua empregabilidade, ao mesmo tempo em que garante às instituições de ensino privadas um efetivo monopólio (e uma considerável fonte de lucro) sobre esse setor do ensino. Se o Estado, com seus recursos limitados e mal-alocados (o que é uma tradição na Terra dos Papagaios), investe em ensino de natureza profissionalizante, o ensino voltado à pesquisa é sacrificado através da diminuição de verbas e recursos. Se a universidade pública reforça somente seu compromisso com a pesquisa, mantém seu elitismo e não cumpre seu papel social, dando a sociedade a contribuição necessária e esperada. Se a universidade pública busca somente a aproximação com as necessidades do mercado, formando apenas mão-de-obra qualificada, restringe o avanço tecnológico nacional e entra em contradição com sua trajetória histórica e cultura interna. Como a possibilidade do ensino privado se dedicar a pesquisa é realmente muito remota, quer pelos custos, quer pelo longo prazo que essa atividade exige, as instituições privadas de ensino, em sua imensa maioria, não enfrentam a difícil escolha entre que tipo de formação oferecer...<br /><br />Como disse Gide uma vez: “é obrigação do guarda é vigiar de forma total o preso, e a do preso, buscar a fuga à todo momento!” nas dobras entre necessidade e possibilidade, Estado e capital, ensino e mercado, as opções vão se apresentando, modificando e se perdendo sem que sempre isso seja percebido por aqueles que estão dentro e por aqueles que estão fora dessas disputas.<br /><div></div><br /><div></div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-43190751071824915182007-06-27T12:25:00.000-04:002007-06-27T12:29:14.916-04:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWOj75sfQESvgKQbkK3nwQiJYgJbiJJpjgollL7b9PjfP1p-Oz0Jb-ask4FJFkAwlxk6Sq5RkG5TEFVASBq4d-PG8gtJKh0422uI4on0v8EgnobazqHPAkIAWkwAsFHdSUBKav/s1600-h/fist.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5080781860867471682" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWOj75sfQESvgKQbkK3nwQiJYgJbiJJpjgollL7b9PjfP1p-Oz0Jb-ask4FJFkAwlxk6Sq5RkG5TEFVASBq4d-PG8gtJKh0422uI4on0v8EgnobazqHPAkIAWkwAsFHdSUBKav/s320/fist.gif" border="0" /></a> Inércia estudantil...<br />O movimento estudantil em São Paulo ameaçou sair do coma em que se encontra a décadas através da invasão da Reitoria da USP e de suas fotocópias reduzidas (tanto em prestígio quanto em importância) na UNESP e UNICAMP.<br />Aqueles grupelhos políticos cujos nomes formam siglas semelhantes a modelos de máquinas de Xerox ou congêneres ganharam holofotes em meio a uma discussão mais do que legítima sobre autonomia universitária e o centralismo ambicionado pelo governo Serra, mas usaram esse espaço precioso para brigas entre si e a repetição de frases feitas e palavras de ordem criadas no século passado (na época em que Michael Jackson não só era uma criança como também ainda era negro).<br />As invasões, os manifestos, as discussões acaloradas, o apoio de alguns docentes ao movimento estudantil surge como um deja vu que mostra como parte da juventude universitária sente saudade do que não viveu (acompanhada por alguns velhos militantes que não só viveram como foram embalsamados naquele momento), quer experimentar em forma de farsa em uma sociedade democrática aquilo que corajosamente foi enfrentado em uma ditadura militar, e pior, é incapaz de pensar em novas formas de se fazer política.<br />Enquanto muitos dos líderes estudantis da época gloriosa da contestação ao regime militar estavam sintonizados com sua época no enfrentamento entre capitalismo e comunismo, na luta pela democracia, contra o imperialismo, entre outras bandeiras, levando a radicalidade de sua luta para a exposição de sua vida ao perigo da perseguição, tortura e morte – tanto na ação institucional de oposição quanto na luta armada – as lideranças atuais, que na realidade lideram quase ninguém, estão anos-luz distantes das discussões políticas contemporâneas, enclausuradas em concepções e palavras de ordem que não são condizentes com os desafios do sistema democrático, da globalização, do neo-liberalismo, da questão ambiental, do multi-culturalismo, e outros, que mudaram radicalmente o mundo ao longo dos últimos 40 anos.<br />Discutir a universidade pública hoje não é só exigir autonomia universitária e ampliação de estruturas de apoio estudantil ou docente... é se questionar se ensino público e democrático significa universidade para todos ou ao alcance de todos, se o modelo proposto tem viabilidade educacional e econômico, se as políticas de assistência ao estudante ou de extensão social da universidade não estão criando um assistencialismo marcado por quem não tem o dever e os recursos de mantê-lo ou no mínimo sacrificando recursos das atividades fins de ensino e pesquisa, se é possível romper o corporativismo de funcionários e professores que impedem mudanças de gestão nas instituições, se a origem social dos discentes deve justificar formas diferenciadas de se encarar a idéia de universidade pública e gratuita, se existiriam outros modelos de incrementar a arrecadação de recursos para as instituições (como p. ex. uma contribuição de um pequeno percentual do imposto de renda dos ex-alunos), entre tantos outros temas...<br />Como disse Tom Jobim, em um artigo de 1987 publicado na Folha de São Paulo, sobre Villa-Lobos: “no Brasil as pessoas pensam que revolucionário usa camisa vermelha e toma drogas. Isso tudo é muito velho.”<br /><div></div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-40284932318797487092007-06-25T19:41:00.000-04:002007-06-25T19:45:55.970-04:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN3pndVVK9V6OoLKL3xP_j4Q2C_Cu5EPAu14Fe8zOvAFIeQJzCJHm1ns1jJShIszCSPqFD3grIsz4NlQUVCSvJqGqdoNGp8d1KCzMDWjDOcQvKqJCakp8hWeJ8KCw3pPXVCwJV/s1600-h/cerebro+e+luz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5080151586809988066" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN3pndVVK9V6OoLKL3xP_j4Q2C_Cu5EPAu14Fe8zOvAFIeQJzCJHm1ns1jJShIszCSPqFD3grIsz4NlQUVCSvJqGqdoNGp8d1KCzMDWjDOcQvKqJCakp8hWeJ8KCw3pPXVCwJV/s200/cerebro+e+luz.jpg" border="0" /></a> INTERVALO QUASE MUSICAL:</div><div align="center"></div><div align="center">Tinha eu 14 anos de idade,</div><div align="center">Quando meu pai me chamou:<br />Perguntou-me se eu queria</div><div align="center">Fazer parte da política</div><div align="center">Do futebol ou ser pagodeiro?</div><div align="center">Tinha eu que ter dinheiro...</div><div align="center">Mas a minha aspiração</div><div align="center">Era a pós-graduação</div><div align="center">Para me tornar doutor.</div><div align="center">Ele então me aconselhou:</div><div align="center">Doutor não tem mais valor</div><div align="center">O salário tá um horror...</div><div align="center">E ser doutor,</div><div align="center">Só prá quem não tem razão!</div><div align="center">Vejo o ensino esquecido</div><div align="center">E o saber diminuido</div><div align="center">Em seu real valor...</div><div align="center">Eu estou necessitado</div><div align="center">Mas meu título suado</div><div align="center">Eu não rasgo não senhor!<br /><br />(Versão para o samba “14 anos”, do Paulinho da Viola) </div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-49730264064267969172007-06-17T11:49:00.000-04:002007-06-17T12:05:05.323-04:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2zb8zjmYpQKnjHFS3yBh1ZQAUBg5IRuizgvx5s6sEwVcyXaoRZuQfM5oG30z6OgYFHgSRhR3qeXjKB_XqJ3iW9ZGR4lYAkrwJ06nUx6L54w1V0NhsFTq7H1MOCWCTHcCb9SG0/s1600-h/mascaras3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5077064329957884882" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 206px; CURSOR: hand; HEIGHT: 224px" height="226" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2zb8zjmYpQKnjHFS3yBh1ZQAUBg5IRuizgvx5s6sEwVcyXaoRZuQfM5oG30z6OgYFHgSRhR3qeXjKB_XqJ3iW9ZGR4lYAkrwJ06nUx6L54w1V0NhsFTq7H1MOCWCTHcCb9SG0/s200/mascaras3.jpg" width="212" border="0" /></a><br /><div><div>INTERVALO LITERÁRIO: (José Paulo Paes, Filistesia)</div><div><br />E o amor, esse belo mas incauto animal? No quintal..<br />E a justiça , donzela de balança espada? vendada<br />E a honra, severo ornamento da sala? Na vala<br />E a hipocrisia, mascara para todo gosto? No rosto<br />Que rosto? O teu o meu o nosso filisteus.</div></div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-75345655391858735802007-06-15T12:04:00.000-04:002007-06-15T12:36:01.215-04:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BE0VcZbaMKV8oi0PFa97wbtsoSK_OHyeQxolkJoMMkIT2pDggAv8MWNIWoA95MJ6e8yDjAb9fXB3MdGHIywDeIVf7NY1QvntlvhRjnl5IPE9xou1RGGptqZXdDBrwXGohgjr/s1600-h/porno.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5076326944202703778" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BE0VcZbaMKV8oi0PFa97wbtsoSK_OHyeQxolkJoMMkIT2pDggAv8MWNIWoA95MJ6e8yDjAb9fXB3MdGHIywDeIVf7NY1QvntlvhRjnl5IPE9xou1RGGptqZXdDBrwXGohgjr/s400/porno.jpg" border="0" /></a><br /><div><br /><strong>Do porno-marxismo ao conservadorismo obsceno. (2)</strong> </div><div><br /> </div><div>Após a Revista VEJA publicar artigo sobre mãe que retirou filha da escola porque o material didático do Sistema de Ensino COC teria uma abordagem pornô-marxista, temas como mídia, escola, ensino, família, entre outros, ficam inquietos dentro de nosso baú de convicções.<br /></div><div>Em relação à mídia ganha destaque por dois aspectos:<br />1) a divulgação da discordância da jornalista com os conteúdos escolares se iniciou em um site (e correu mundo na forma de e-mail reenviado por diversos leitores) e foi abordada em reportagem de renomada revista de circulação nacional, mostrando que a internet não é só válvula de escape para mal-amados de todos os tipos ou balcão de feira comercial, mas tem potencial de criar visibilidade para questões que nem sempre são abordadas nos diversos meios de comunicação, devido a sua ampla liberdade no processo de produção, interação e apropriação de temáticas e conteúdos, e<br />2) o tema é abordado a partir de um caso infeliz de falta de qualidade em material escolar no qual ganham notoriedade indivíduos (ou sites) cuja preocupação é discutir e questionar supostas situações de “doutrinação” no ensino (ou nas palavras do próprio “Escola sem Partido” levar adiante uma campanha “em prol da descontaminação ideológica das escolas brasileiras; um trabalho que visa, entre outros objetivos, a combater a demonização, nas salas de aula e nos livros didáticos, de atores sociais como os próprios empresários”).<br /></div><div> </div><div>Quanto ao mérito da questão do “porno-marxismo”, assim como diversos hoax (aqueles boatos que circulam por e-mail com teorias conspiratórias e falsas informações) entramos em contato com pessoas que se sentem ameaçadas pela conspiração esquerdista no ambiente de ensino – e não se referem à verdadeira doutrinação que é feita em escolas como as mantidas pelo MST em que, imagino, as trovas e cantigas infantis devam ser cantadas mais ou menos assim: “batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão, a terra improdutiva, merece nossa invasão!” ou “se esse INCRA, se esse INCRA fosse meu, eu mandava, eu mandava desapropriar, assentava todos os meus companheiros, só prá ver, só prá ver fazendeiro chorar!” – mas sim de escolas públicas e privadas, voltadas para a produção de mão de obra qualificada e desqualificada, para o emprego e o sub-emprego.<br /></div><div>A ameaça do “porno-marxismo” no ensino não é real, porque isso seria o equivalente a existência de um grupo de intelectuais, professores, empresários de ensino e editores, conscientes de que o capitalismo está condenado mas ainda pode dar algum lucro, enxertando na mente de crianças inocentes, em uma concorrência feroz com outros setores culturais e econômicos (com suas marcas e publicidade), valores que desembocarão, na melhor hipótese, em uma revolução social ou, na pior hipótese, em uma discriminação contra os empresários por parte da sociedade brasileira.<br /></div><div> </div><div>Uma conspiração “porno-marxista” colocaria em matemática questões de regra de três entre quanto os bancos lucram anualmente e quanto se gasta com saúde e educação para as classes populares, pediria que se calculasse o que se pode pagar/comprar com um salário mínimo (ou mesmo com o salário base do setor comercial ou industrial de uma cidade ou região), em uma abordagem multidisciplinar os professores de geografia, física e biologia mostrariam as diferenças de gasto energético entre países ricos e pobres, no consumo energético de uma casa de classe média e de uma casa de pobre, e na quantidade de calorias e vitaminas na alimentação de diferentes classes sociais, os professores de gramática e literatura mostrariam as diferenças de capacidade de comunicação escrita entre alunos de colégios privados e públicos (ou pior, mostrariam os indicadores qualitativos das avaliações do ensino fundamental, médio e superior do Brasil, mostrando a farsa que a educação se transformou...), entre outras práticas doutrinárias possíveis – o que talvez mostrasse que as elites consomem mais energia, degradam mais o meio ambiente, tem acesso a bens fundamentais que são negados a imensa maioria da humanidade, que a educação não está cumprindo seu papel de conservação da cultura ou inclusão social, entre outras aberrações do sistema econômico e social vigente. Educação assim, como diria o Padre Quevedo, é coisa da sua imaginação, não existe!<br /></div><div> </div><div>O material citado é somente um material mal escrito, um texto muitas vezes panfletário e com problemas de conteúdo, enfoque e método, criado por alguém com formação intelectual e pedagógica com limitações que não o capacitam a tarefa de pensar ou propor como educar alguém e que, inadvertidamente, é consumido por milhares de pessoas –mas o mais trágico é que não é um caso isolado, existindo diversos livros e apostilas com erros factuais, redação comprometida, métodos inadequados, enfoques superados, entre outros problemas, não só em História, mas em diversas áreas.<br /></div><div> </div><div>O marxismo vulgar é uma temeridade, mas em termos historiográficos está sepultado a um bom tempo, e se muitos materiais didáticos apresentam problemas isso é mais uma questão de mercado do que de ideologia (a maioria das escolas hoje são mais um espaço de socialização do que aprendizagem, no qual as elites buscam a criação de uma rede de relações entre seus membros e as massas, sob a guarda do estado, sofre a contenção de corpos e desejos que se mantém domesticados durante algumas horas mesmo que analfabetos).<br /></div><div> </div><div>E, finalmente, materiais escolares são ferramentas e não moldes, dão elementos para a aprendizagem, que depende tanto da escola como do ambiente familiar, dos estímulos sociais, entre outros fatores, pois se a educação realmente tivesse esse poder de modelagem que muitos a ela creditam as escolas católicas criariam ex-alunos cristãos e o ambiente escolar seria capaz de libertar o homem de suas misérias das mais íntimas às coletivas, o que não parece estar acontecendo!Diversos materiais de ensino tem erros grosseiros, omissões lamentáveis, assim como concepções ideológicas diferenciadas, assim como os educadores, mas para além de pseudo-ameaças pornô-marxista ou sionista-marxista-homossexual, existe a ameaça real liberal-egoístico-neurótico-canalhista que se passa por ausência de ideologias, defesa da moralidade, luta pela qualidade de ensino, entre outras unanimidades.<br /></div><div> </div><div>Maior preocupação do que uma conspiração imaginária dos porno-marxistas é a real conspiração do conservadorismo obsceno que se assusta com os desafios que a realidade nos coloca e que propõe, em vez de resolvê-los, encobri-los. E tão grave quanto isso é a colaboração que esses conspiradores do conservadorismo obsceno recebem de adeptos das mais diferentes ideologias para o descarte da qualidade e da excelência da educação em prol da massificação e da miséria crítica.<br /><br />(Imagem: cartaz polonês de um filme, retirado do site de cartazes <a href="http://www.poster.com.pl/">http://www.poster.com.pl/</a> - muito muito muito bom!)</div><div></div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-71622676800256442502007-06-14T10:37:00.000-04:002007-06-15T12:28:37.064-04:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE67MbxVieErAGJ1-sj3GEWbjHrVRKRywTtFEWtdPAFM3XTSS3A888m4NmNvVoA47ZuYQxv4X_gZ8t0TdtwV-ASSVWI3VLeddELXHzGf32Ff2gMnYwG0eIooLb3ZxSaiAIoxR_/s1600-h/festa+comunista.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5076328365836878770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE67MbxVieErAGJ1-sj3GEWbjHrVRKRywTtFEWtdPAFM3XTSS3A888m4NmNvVoA47ZuYQxv4X_gZ8t0TdtwV-ASSVWI3VLeddELXHzGf32Ff2gMnYwG0eIooLb3ZxSaiAIoxR_/s400/festa+comunista.jpg" border="0" /></a></div><div align="center"><br /></div><div align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0N4v13EZEFn7Pu1sqU-oeLFMBXivoVeuKj6yu72F6GwQkVtps5sXn-ZwId3g1NVVWZxErDazZjfPp1AdsYDJZ9nlrD4jSk20OT8G9Fh6IRRPdoPx1ScXY3f6cCjCEGV0k6E1M/s1600-h/festa+comunista.jpg"></a><strong>Do porno-marxismo ao conservadorismo obsceno. (1) </strong></div><div align="left"><br /></div><strong><div align="left"><br /></strong>No distante ano de 1996 o escritor Bruno Tolentino, de origem aristocrática, autor de três livros (ignorados pela crítica, pela imprensa e pelo mercado) e com pretensões de erudição buscou a notoriedade ao criticar a presença de letras de MPB (de músicos como Caetano Veloso e Chico Buarque) nas práticas de ensino das aulas de literatura do colégio de seu filho, no Rio de Janeiro.<br />A Revista VEJA o entrevistou no dia 20 de março daquele ano, para que ele diagnosticasse o provincianismo cultural do país, a incompetência de suas universidades e a incapacidade de seus intelectuais, quando afirmou que a “cultura filosófica brasileira é quase nula” embora o país possua um passado de “vivacidade intelectual, mesmo sendo uma província”, e que deseja “saber quem seqüestrou a inteligência brasileira”, porque somente ele poderia detectar tais absurdos uma vez que em termos de “independência, cultura, erudição e combatividade, não tem outro que nem eu” (sic).<br />A partir de finais do século XIX e ao longo do XX ocorreram intensos debates intelectuais no Brasil e no exterior sobre como deveria ser a linguagem escrita, em que a conservação de uma pureza castiça se contrapunha à proximidade com as dinâmicas inovações criadas no interior de cada sociedade, ao mesmo tempo em que os mecanismos de produção e manutenção dos cânones literários, o conjunto de obras que se tornam clássicas como referências obrigatórias de uma cultura, foram explicitados na suas dimensões sociais e históricas, determinadas por processos culturais, econômicos, políticos, entre outros, que não estão ligados ao seu valor literário intrínseco (escritores que foram unanimidade em certas épocas em outras são solenemente ignorados, e vice-versa).<br />Dessa forma, a legitimidade de letras de MPB como fonte para o estudo da linguagem e da literatura deveria ser algo mais do que natural, por fazer parte do arsenal lingüístico e cultural no qual os membros da sociedade brasileira estabelecem suas interrelações, mas o escritor Bruno Tolentino usufruiu de seus quinze minutos de fama e a revista preencheu algumas de suas páginas dentro da pauta semanal.<br />Onze anos depois a Revista VEJA, um veículo de comunicação com enorme divulgação e poder que em seus últimos anos representa um desgaste injustificado de celulose, abre página para que uma jornalista, Mirian Macedo, autora de um texto intitulado “Luta sem Classe” - publicado em três sites: “Escola Sem Partido” ( <a href="http://www.escolasempartido.org/">http://www.escolasempartido.org/</a> ), “Mídia sem Máscara” ( <a href="http://www.midiasemmascara.org/">http://www.midiasemmascara.org/</a> ) e “Usina de Letras” ( <a href="http://www.usinadeletras.com.br/">http://www.usinadeletras.com.br/</a> ) - exponha os motivos que lhe fizeram retirar a filha de uma escola que usaria material didático de História de caráter “pornô-marxista” ( <a href="http://veja.abril.com.br/130607/p_078.shtml">http://veja.abril.com.br/130607/p_078.shtml</a> ).<br />A escola anunciou a troca do material escolar, do Sistema de Ensino COC (que mantém convênio com mais de duzentos estabelecimentos escolares no país, fornecendo material didático para mais de duzentos mil alunos), o empresário que coordena a produção do material se desculpou pelos erros de texto ou factuais apontados, e a jornalista surge como modelo de mãe participativa que protege a filha contra a barbárie educacional (que infelizmente é predominante em muitas escolas nas quais a educação é reduzida a um simples produto de consumo, uma espécie de fast-food pedagógico no qual o empresário da educação é muito mais empresário do que educador).<br />O texto da revista deixa entrever alguns erros do referido material, o que não seria exclusividade deste em particular, mas também de outros sistemas de ensino e de diversos livros didáticos – o que poderia ser algo rico para ser abordado, mostrando outros exemplos de equívocos de conteúdo ou método.<br />A VEJA vaticina: “Apostilas e livros didáticos adotados pelas escolas brasileiras estão contaminados pela doutrinação política esquerdizante. Resume o sociólogo Simon Schwartzman: ´As crianças não aprendem mais o nome dos rios ou as datas relevantes da história da humanidade. Elas estão tendo contato com uma ciência social superficial, marcada pela crítica marxista vulgar.´”<br />Essa discussão tem o mérito de colocar no centro das atenções algumas questões que merecem ser constantemente lembradas: papel da mídia, função da escola, qualidade de ensino, participação dos pais na educação de seus filhos, entre outros.</div><div align="left"> </div><div align="left">(Imagem de uma das camisetas do site <a href="http://www.tcritic.com/">www.tcritic.com</a> - um blog que mostra camisetas do mundo todo e tem uma interessante disputa entre qual delas tem as estampas mais criativas ou inteligentes.)</div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-57089076023169905762007-03-04T11:01:00.000-04:002007-03-04T11:11:23.546-04:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvrNMqPtN0VeJIVPA1ZLs6h86ygCw7KefijUWLGqUI183bvth44a3-dM1ihsKzo0igOkJ3NyoU9w5-GzvimHe5KSxdsCD9WTvcQb_XZTQVdsM1YUWAmz0IeCtLPknjXtFNpMc4/s1600-h/os+suspeitos_laerte.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5038087080136569666" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvrNMqPtN0VeJIVPA1ZLs6h86ygCw7KefijUWLGqUI183bvth44a3-dM1ihsKzo0igOkJ3NyoU9w5-GzvimHe5KSxdsCD9WTvcQb_XZTQVdsM1YUWAmz0IeCtLPknjXtFNpMc4/s320/os+suspeitos_laerte.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>Aviso aos bixos, calouros e simpatizantes.</div><br /><div></div><br /><div>Fui convidado para brevemente dar uma aula inaugural para o Curso de História da UNESP, onde leciono. A aula inaugural é aquele ritual através do qual um professor é escolhido para receber em sua instituição os novos alunos e estou a me perguntar se eu deveria dar as boas ou as más notícias aos que chegavam...?<br /><br />As boas notícias seriam: em recente levantamento feito pelo Instituto de Educação Superior da Universidade de Jiao Tong, em Shangai, foi divulgado um ranking das 500 melhores universidades do mundo e nele foram incluídas quatro instituições brasileiras (UFRJ, USP, UNICAMP e UNESP), sendo que, portanto, três eram de São Paulo e uma delas era aquela na qual eles ingressavam; o ambiente universitário promete oferecer uma ruptura do “dize-me de onde vens e eu te direi quem és” e o convívio de “homens afáveis, instruídos e espirituosos”; o ensino superior significa uma preparação efetiva para a qualificação profissional e ao seu fim o aluno está preparado para ingressar no mercado de trabalho; as instituições públicas de ensino são dotadas de uma estrutura invejável e de um corpo docente extremamente qualificado; entre outras coisas que poderiam enchê-los de esperanças e ambições.<br /><br />As más notícias seriam: entre as dez melhores universidades do mundo, oito são dos EUA e duas da Inglaterra, sendo que o Brasil ocupa a 22ª posição se o ranking for estabelecido em termos de países; tanto as universidades federais quanto as estaduais paulistas são pressionadas para ampliarem seu número de vagas de graduação e pós-graduação sem que o montante de recursos financeiros e humanos atendam tais necessidades, o que pode significar o comprometimento da qualidade desfrutada em anos passados (ou seja, os alunos ingressantes não terão acesso as mesmas condições que geraram a excelência dos anos anteriores, sendo herdeiros de um período de desgaste/decadência); a ampliação das universidades paulistas tem atendido mais critérios políticos partidários do que administrativos ou acadêmicos sendo que no entanto suas verbas, atreladas ao ICMS no Estado, tem sofrido limitações e se mostram insuficientes o que levou tais instituições a paralisarem seus processos de ampliação de cursos e vagas por falta de recursos,; a criação da Secretaria de Ensino Superior pelo governador José Serra é vista por alguns setores das universidades públicas paulistas como o início de um processo de limitação da autonomia universitária; o desgaste do ensino médio tem oferecido um corpo discente com formação cada vez mais limitada para o ingresso no ensino superior (e na rede privada surgem distorções curiosas: as faculdades/centros universitários/universidades particulares oferecem mecanismos de nivelamento – ou seja, cursos elementares para dar ao aluno ingressante em um vestibular com mais vagas do que candidatos uma formação mínima necessária para que ele entenda as aulas a que será submetido, e após formados, algumas áreas oferecem cursos de preparação para o exercício profissional ou para complementação de formação, como os mais conhecidos voltados para o bacharéis em Direito e os menos conhecidos para se prestarem à residência médica!; o país aumentou vertiginosamente seu número de mestres e doutores, embora o mercado de trabalho não esteja preparado para absorvê-los, existindo milhares de doutores desempregados no país; um professor com doutorado em universidade pública ganha, em média, 15% a mais que um policial federal, 65% do que recebe um delegado da mesma instituição, 35% do salário de um juiz e 28% dos vencimentos de um promotor do ministério público (cargos que exigem curso superior e vencimentos informados por site de concursos da UnB); etc, etc. etc.<br /><br />Como sempre temo que costumes antigos sejam ressuscitados, e degolar o portador de más notícias pode voltar a ser usual, me manterei nas boas notícias, mesmo porque quando estes alunos que ingressam agora nessa aventura pessoal e intelectual que é a universidade se formarem, tudo poderá ser diferente. Ou não. </div><br /><div></div><br /><div>(Publicado na Pronto! Revista eletrônica de Cultura, <a href="http://www.revistapronto.com.br">www.revistapronto.com.br</a> , no dia 02/02/2007. Ilustração: Tira do Laerte, da FSP)</div>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1164749063011327542006-11-28T17:19:00.000-04:002006-11-28T17:38:05.976-04:00<p align="center"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/1600/holy-week.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/320/holy-week.jpg" border="0" /></a></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p>As distorções do ensino religioso...<br /><br /><br />O dicionário Aurélio define escola como "estabelecimento público ou privado onde se ministra, sistematicamente, ensino coletivo” e local de “estudo, conhecimento, saber”. Como sempre as palavras escondem muitas mentiras ou a sociedade muda mais rápido do que os dicionários, pois a escola (entendida aqui como os níveis básicos e médios do ensino) vem se convertendo ao longo do tempo em mero instrumento de socialização e controle (e hoje, com raras exceções, as instituições privadas, para as elites, priorizam mais a criação de uma rede de relações entre seus membros do que os conteúdos e as instituições públicas, para as massas, objetivam somente assegurar a contenção de corpos e desejos que se mantém domesticados durante algumas horas mesmo que analfabetos).<br /><br />Para além dessas redefinições, as escolas funcionam muitas vezes como laboratórios do “deixa que eu chuto” da administração pública (é impressionante a quantidade de inovações de gestão e de projetos que são apresentados e abortados ao ritmo das mudanças políticas nas diferentes esferas municipais, estaduais e federal).<br /><br />Nesse contexto de esvaziamento de sentido do ensino,talvez reflexo de um milenarismo crescente entre outros fatores, perde-se uma das maiores riquezas da escola que está em oferecer aos alunos a oportunidade de travarem contato com vivências e informações que o seu cotidiano não permitiria, e que possibilitariam uma verdadeira ampliação de horizontes e possibilidades pessoais e coletivas, no campo da formação, da informação e da profissionalização.<br /><br />Entre os atuais problemas enfrentados pela escola, ganha destaque recente a questão da inclusão do ensino religioso no currículo escolar da rede pública, pauta levantada pelo MEC no desejo de atender a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e a Constituição de 1988 (reflexo da presença do lobby evangélico e de pressões da Igreja Católica).<br /><br />A separação entre Estado e Igreja é um fundamento básico do sistema republicano, que justifica inclusive a idéia de liberdade religiosa uma vez que o Estado não intervêm naquilo que é visto como escolha pessoal do cidadão.<br /><br />A inclusão do ensino religioso é, usando palavra cara aos pastores de bumbo na praça, uma abominação porque:<br />1) garante espaços de visibilidade social para instituições religiosas às custas do Estado, ou seja, do erário público e de instituições e políticas públicas, ocupando espaços e recursos que seriam melhor utilizados para outras atividades fins da escola;<br />2) a formação do corpo docente nos moldes atuais não contempla conteúdos necessários ao entendimento de práticas religiosas diversificadas como as presentes na sociedade brasileira, o que permitiria “achismos” de diferentes tipos; e,<br />3) as aulas ou reforçam dogmas (que por definição são excludentes e restritos a cada religião ou seita) ou abordam temas ecumênicos que poderiam estar presentes em conteúdos de outras disciplinas (como tolerância, ética, etc.).<br /><br />Se não bastasse esses poucos argumentos, é inegável que mais mal foi causado ao mundo por crentes do que por descrentes e, sem dúvida, a população brasileira tem sofrido problemas como fome, desemprego, violência e outros, mais por falta de educação do que de fé.<br /><br />(Publicado em Pronto! Revista de Cultura, <a href="http://www.revistapronto.com.br">www.revistapronto.com.br</a> , em 22/11/2006) </p>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1163625940552102222006-11-15T17:18:00.000-04:002006-11-15T17:25:40.566-04:00Eleições e debates.<br /><br />Em tempos de eleição presidencial parece de bom tom lembrar provocante texto de outro sociólogo, Pierre Bourdieu, com o sugestivo título de “A opinião pública não existe” (parte do livro Questões de Sociologia, editado pela Marco Zero) no qual são analisadas as fragilidades das pesquisas de opinião, quer pela questão temporal (a pesquisa é uma foto de ontem e não de hoje), quer pela questão interpretativa (fazer a mesma pergunta a todos pressupõe que há um consenso sobre os problemas e questões, em uma idealização do real e das formas de sua percepção) – de repente ontem votava em fulano e hoje fui convencido a votar em beltrano, ou acho que a eleição de ciclano é melhor, embora discorde de idéias fundamentais de sua plataforma se essas fossem explicitadas... portanto os resultados são inexatos.<br />Os debates políticos (assim como os programas de propaganda eleitoral) transmitidos pelas redes de rádio e televisão, como todo evento de mídia são, antes de mais nada, um espetáculo e um produto, onde as idéias e propostas são apresentadas de forma condensada (e distorcida pela demanda pelos votos) como mensagens destinadas ao convencimento do eleitor (através do desgaste do adversário ou da afirmação de cada candidatura, através de mentiras lindas em palavras lindas!).<br />O segundo turno entre Luis Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, inaugurado através do concorrido debate transmitido pela Rede Bandeirantes (no dia 8 de outubro) e pela propaganda eleitoral nos dias seguintes – sendo que houve um segundo debate realizado pela Rede Record (no dia 19 deoutubro) e outro ainda esta previsto, tem sido acompanhado por diversas pesquisas de intensão de voto.<br />O primeiro debate surpreendeu por sua intensidade, com um Alckmin adotando uma postura incisiva e um Lula se equilibrando entre a defesa de seu governo e o ataque ao governo anterior do PSDB (de FHC), embora ao fim do embate o resultado final parecesse equilibrado (o que é pouco para Alckmin que precisa reverter uma vantagem de Lula).<br />No entanto, os números das pesquisas apontavam a consolidação de uma enorme vantagem para o candidato Lula, que pode se originar de diferentes causas. Utilizando o primeiro debate como referência, percebe-se que a linguagem televisiva Lula é MUITO melhor que o Alckmin - mais conciso (com respostas dentro do tempo, o que fez com que poucas vezes seu microfone fosse cortado durante uma resposta), mais carismático e próximo do eleitor mediano (frases como "cada macaco no seu galho", "vocês varriam a sujeira prá debaixo do tapete e minha mãe me ensinou a levantar até o sofá pra varrer embaixo", entre outras são mais inteligíveis do que os dados de um Alckmin entre o burocrático e o professoral, que preso à dados e números só faltou falar quanto vale PI - 3,14159...), e a capacidade de desvencilhar-se dos ataques (com o volume de críticas e escândalos pesando sobre o PT e o governo Lula o discurso de Alckmin não conseguiu converter isso em algo que desgastasse o outro candidato, pelo contrário, as denúncias do candidato do PSDB se chocavam com um candidato do PT irônico e que evitava adotar um perfil mais incisivo, em que frases como "o PSDB em 12 anos de governo de SP criou o analfabeto com 3o. colegial", "o sr. deixou o Estado de SP ser governado do Presídio" ou "se algum assessor meu foi acusado de algo, minha mulher não recebeu 400 vestidos de ninguém" que poderiam baixar o nível não foram utilizadas porque não ofereciam nenhum ganho!).<br />No segundo debate, já com a vantagem do candidato Lula nas pesquisas de opinião aumentando em relação ao candidato Alckmin, o ex-governador de SP foi mais contido, evitando desgaste maior, para possivelmente administrar o tom de denúncia e acusações através da propaganda eleitoral na qual ele não surge como a voz acusatória.<br />Os outros debates forma a vitória do tédio sobre a boa-vontade, sem nenhuma mudança aparente no script dos dois candidatos.<br />Quando propostas não são nada e a imagem é tudo, quem anda perdendo somos nós!<br /><br />(Texto publicado na Pronto! Revista de Cultura, <a href="http://www.revistapronto.com.br">www.revistapronto.com.br</a> , no dia 29/10/2006. )Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1161471539958972522006-10-21T18:50:00.000-04:002006-10-21T18:58:59.970-04:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/1600/Ovelha.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/400/Ovelha.jpg" border="0" /></a> INTERVALO LITERÁRIO:<br /><br />"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,Estendendo-me os braços, e segurosDe que seria bom se eu os ouvisseQuando me dizem: "vem por aqui"!Eu olho-os com olhos lassos,(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)E cruzo os braços,E nunca vou por ali...<br />A minha glória é esta:Criar desumanidade!Não acompanhar ninguém.- Que eu vivo com o mesmo sem-vontadeCom que rasguei o ventre a minha mãe.<br />Não, não vou por aí! Só vou por ondeMe levam meus próprios passos...<br />Se ao que busco saber nenhum de vós responde,Por que me repetis: "vem por aqui"?Prefiro escorregar nos becos lamacentos,Redemoinhar aos ventos,Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,A ir por aí...<br />Se vim ao mundo, foiSó para desflorar florestas virgens,E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faço não vale nada.<br />Como, pois, sereis vósQue me dareis machados, ferramentas, e coragemPara eu derrubar os meus obstáculos?...Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,E vós amais o que é fácil!Eu amo o Longe e a Miragem,Amo os abismos, as torrentes, os desertos...<br />Ide! tendes estradas,Tendes jardins, tendes canteiros,Tendes pátrias, tendes tectos,E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.Eu tenho a minha Loucura!<br />Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...<br />Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;Mas eu, que nunca principio nem acabo,Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.<br />Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!Ninguém me peça definições!Ninguém me diga: "vem por aqui"!A minha vida é um vendaval que se soltou.É uma onda que se alevantou.É um átomo a mais que se animou...Não sei por onde vou,Não sei para onde vou,- Sei que não vou por aí. (Poema "Cântico Negro", do poeta português José Régio [1901-1969])Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1161452688471602462006-10-21T13:36:00.000-04:002006-10-21T13:44:48.483-04:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/1600/bibliotecario_arcimboldo1565.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/320/bibliotecario_arcimboldo1565.jpg" border="0" /></a><br /><br /><p>Os ratos de biblioteca.</p><p>O astrofísico Carl Sagan (1935 - 1996), brilhante divulgador científico, disse certa vez que os filmes de Hollywood nos levavam a acreditar que se as abelhas ou os pássaros fossem dotados de razão, rapidamente dominariam o mundo, mas que, na prática, os intelectuais, que possuíam tantas respostas sobre o mundo, eram dotados de razão e incapazes de construírem um mundo mais razoável! </p><p>Millôr Fernandes não deixou por menos: "Intelectual é um cara capaz de chamar a galinha em meia dúzia de línguas diferentes, mas pensa que quem põe ovo é o galo." </p><p>A fina ironia, a aberta desconfiança ou mesmo o franco antagonismo em relação aos intelectuais, essa casta que se dedica à atividades mentais entre o devaneio, a elucubração e o onanismo mental, crescem visivelmente no início desse novo século – talvez pelo contraste com a significativa importância que desfrutaram nos dois séculos anteriores (o XIX dos eruditos e o XX dos engajados). </p><p>Entre os intelectuais brasileiros do século XIX e XX, criaram-se diversos discursos para explicar o presente e projetar o futuro do Brasil nas obras de Varnhagen, Capistrano de Abreu, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Nélson Werneck Sodré, Caio Prado Jr., Florestan Fernandes e de Fernando Henrique Cardoso, entre outros. Se de um lado o cânone sobre os intérpretes do Brasil está de tal forma consolidado que Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. são singelamente chamados de “os três porquinhos” (no sentido de que suas obras são referências obrigatórias tanto pelo valor individual quanto pelo momento e as diferentes idéias que representam), por outro é consensual a impossibilidade de se pensar em teorias explicativas ou projetivas com uma perspectiva globalizante nos dias atuais. </p><p>De qualquer forma, ler sobre essas teorias e refletir sobre suas limitações e potencialidades ainda é bastante interessante e significativamente enriquecedor, o que pode ser percebido pelo volume e qualidade da produção acadêmica dedicada ao tema, da qual destaco três publicações recentes: o didático As Identidades do Brasil 2: de Calmon a Bomfim (FGV), de José Carlos Reis, que complementa o volume 1 (hoje na 8ª. Edição mas que foi lançado em 1999 e no qual o cânone foi abordado de forma mais tradicional, discutindo as obras mais clássicas do século XIX e XX que valorizavam a herança lusa ou propunham uma identidade própria) ampliando as reflexões em direção ao pensamento ultraconservador (Pedro Calmon, Afonso Arino de Mello Franco e Oliveira Vianna) e revolucionário (Manoel Bomfim), em um trabalho que conjuga seriedade e acessibilidade; o estudo sobre a obra de Ronald de Carvalho entre 1910 e 1930, n’O Brasil e os Dias: Estado-Nação, Modernismo e Rotina Intelectual (EDUSC), de André Botelho, que discute a partir do perfil intelectual e da atuação daquele diplomata a forma como literatura, política e cultura brasileira interagiram no período estudado; e finalmente, LeiturasBrasileiras: Itinerários no Pensamento Social e na Literatura (PAZ E TERRA), de Mariza Velolso e Angélica Madeira, em um trabalho à quatro mão que uniu uma teórica em literatura e uma antropóloga para pensarem a modernidade brasileira a partir de reflexões sobre as obras de Mário de Andrade, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque e do engajamento e contracultura entre os anos 50 e 70. </p><p>Talvez a partir de algumas idéias expostas nas obras acima sejamos capazes de entendermos os riscos que corremos quando, como hoje, os intelectuais estão ameaçados de serem substituídos de forma definitiva pelos malabaristas da mídia (aqueles colunistas, artistas e especialistas que são formados no Instituto “Deixa que eu chuto” de Achismos e Obviedades)... </p><p>Na mesma velocidade em que o rato de biblioteca, uma espécie em extinção ainda não protegida pelo IBAMA, desaparece e se multiplicam as antas midiáticas, as desrazões contemporâneas se tornam mais aceitáveis e razoáveis! </p><p>Depois de tantas certezas e tantos sonhos oferecidos pela “intelligenza”, é o triunfo da “ignoranza”. </p><p>Como o esquizofrênico da piada, eu sei que dois mais dois são quatro, mas não me conformo com isso. </p><p>(Publicado na Revista Pronto de Cultura - <a href="http://www.revistapronto.com.br">www.revistapronto.com.br</a> - em 04/10/2006, ilustração o quadro O Bibliotecário, de Archimboldo, pintado em 1565.)</p><p> </p>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1159711829990801752006-10-01T10:01:00.000-04:002006-10-01T10:18:43.886-04:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/1600/consumismo.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/320/consumismo.jpg" border="0" /></a><br /><br /><p>INTERVALO MUSICAL: Mestre Jonas (Sá, Rodrix e Guarabira)</p><p>Dentro da baleia mora mestre Jonas, / Desde que completou a maioridade, / A baleia é sua casa, sua cidade, / Dentro dela guarda suas gravatas, seus ternos de linho. / E ele diz que se chama Jonas, / E ele diz que é um santo homem, / E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria, / E ele diz que está comprometido, / E ele diz que assinou papel, / Que vai mantê-lo dentro da baleia, / Até o fim da vida, / Até o fim da vida. / Dentro da baleia a vida é tão mais fácil, / Nada incomoda o silêncio e a paz de Jonas. / Quando o tempo é mal, a tempestade fica de fora, / A baleia é mais segura que um grande navio. / E ele diz que se chama Jonas, / E ele diz que é um santo homem, / E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria, / E ele diz que está comprometido, / E ele diz que assinou papel, / Que vai mantê-lo dentro da baleia, / Até o fim da vida, / Até o fim da vida, / Até subir pro céu...</p><p>(Há uma versão muito legal com Os Mulheres Negras, do Maurício Pereira e André Abujamra; foto de Wang Qingsong, “Requesting Buddha 1”, 1999)</p><p></p>Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33404298.post-1159458018989772702006-09-28T11:34:00.000-04:002006-09-28T11:40:19.020-04:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/1600/rui.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6419/3667/320/rui.jpg" border="0" /></a><br />O maior brasileiro de todos os tempos.<br /><br />A Revista Época, requentando uma pauta jornalística já bastante explorada (a eleição do maior brasileiro da História), indicou Ruy Barbosa como o símbolo de virtudes individuais que justificariam sua escolha para o posto de exemplo de virtudes republicanas em uma História do Brasil que facilmente poderia fornecer personagens de impacto para a História Universal da Infâmia, de Jorge Luis Borges. Ruy Barbosa realmente é um símbolo que resiste com uma força incomparável em descrições que constatam esse homem pequeno (1,58 m de altura e 48 kg de peso, em um corpo quase raquítico) com sua obra de grande homem (“Baiano Genial”, “Homem mais inteligente do Brasil”, “Águia de Haia”, entre outras expressões de mérito). Uma análise mais equilibrada deveria trazer para junto de seu valor inquestionável, como na erudição, no compromisso com os ideais liberais e na coragem política, alguns questionamentos fundamentais, a saber: quanto de seu mito se deve ao seu pertencimento ao grupo da elite brasileira que podemos identificar com o bacharelismo e com os setores jurídicos (zelosos em ostentar um símbolo de lisura, brilhantismo intelectual, responsabilidade ética e senso de dever), até que ponto o real e o ideal podem se reafirmar mutuamente, ou ainda, em que medida esse personagem deixou uma herança ainda aceita ou representa uma tradição que foi superada? Oscar Wilde disse certa vez que Bernard Shaw não tinha um único inimigo em todo o mundo, mas que nenhum de seus amigos gostava dele. Ruy Barbosa representa o oposto, alguém que tanto enquanto vivia como após a sua morte, foi capaz de despertar simpatias e críticas igualmente apaixonadas – embora me pareça inevitável concordar com o diagnóstico de Wilson Martins (autor do História da Inteligência Brasileira, editado em sete volumes pela Cultrix e pela TAO, e que cobre a produção intelectual do Brasil do século XVI aos anos sessenta do século XX) que a importância de seu vulto diminui de acordo com que sua imagem está mais presente no que é relatado ou analisado do que naquilo que foi vivido. A tradição intelectual jurídica no país encontrou em Ruy Barbosa um mito fundador, muito mais pela relevância atribuída às suas ações políticas e forenses do que propriamente intelectuais – Fernando de Azevedo chama a atenção para a falta de interesse que o jurista demonstrava para com “discussões sutis, das argúcias e dos raciocínios especiosos”, Capistrano de Abreu o descreveu-o como destituído de cultura filosófica e limitado ao “terrestre amor das realidades”, e mesmo o jurista Miguel Reale reconheceu suas limitações enquanto filósofo ou pensador. Alguns de seus críticos, como Gilberto Freyre ou Mário de Andrade, lhe censuraram a postura política fortemente marcada pelo apego ao formalismo jurídico (o que permite um contraste com a perspectiva social presente no mesmo período em um pensador como Joaquim Nabuco, p.ex.) e o gosto pela retórica na sua concepção mais castiça e estéril, ao mesmo tempo em que embora crítico em relação às instituições tradicionais se alienou em relação aos problemas concretos de sua época. Seus adeptos chamam a atenção para a sua defesa do regime republicano e da estrita obediência às regras institucionais, aliadas à uma desconfiança em relação à política partidária e à ação estatal, que lhe permitiriam apostar na organização da sociedade civil e não se envolver nas disputas próprias à arena política. Em um momento de tensão e crise da política institucional, em que os mesmos valores republicanos e do liberalismo são mais facilmente lembrados em discursos do que em práticas, a escolha de Ruy Barbosa como o maior brasileiro de todos os tempos é muito mais um sintoma de nossas carências do que da possibilidade de qualquer gradação efetiva. Uma biografia honesta de Rui Barbosa apontaria para as contradições que ele e sua época ostentaram, tocando em pontos delicados como nos negócios que realizou com empresários e banqueiros durante e após ocupar o Ministério da Fazenda de Deodoro da Fonseca, na sua polêmica contra Clóvis Beviláqua e Carneiro Ribeiro sobre o Código Civil Brasileiro (na qual sua vaidade ferida por ter sido preterido em favor de outro jurista lhe fez objetar, entre outros arrazoados, que o uso da expressão “privada” no sentido de particular tinha inevitável mau cheiro!), no esforço próprio que fazia para manter o culto à sua personalidade (como em episódio risível no qual um copidesque – funcionário responsável pela correção gramatical em redações jornalística – percebeu que em determinada semana em coluna assinada por Ruy havia sido utilizadas três palavras incomuns que começavam com a mesma letra, e na semana seguinte, outras três, de outra letra, o que mostraria que como escritor o jurista baiano buscava impressionar seus leitores com uma erudição que era apenas pirotécnica verbal), no apego radical ao purismo lingüístico que lhe colocou como símbolo de uma época que foi radicalmente criticada e superada pelo modernismo, entre outras questões que iluminem o homem e a época. Infelizmente ainda estamos não só a esperar obra historiográfica que dê conta de personagem e época tão complexos, o que é uma constatação empírica, como também de lideranças que possam equiparar suas qualidades, o que é um desejo sincero.<br /><br />Texto publicado na Pronto! Revista de Cultura ( <a href="http://www.revistaprono.com.br">www.revistaprono.com.br</a> ), no dia 14/09/2006.Wilton Silvahttp://www.blogger.com/profile/18246524054032347071noreply@blogger.com0